Compromisso

Governo assume falar com BST e BCP contra despedimentos

Na reunião desta tarde, os ministros compreenderam a preocupação dos Sindicatos dos Bancários da UGT face aos despedimentos coletivos anunciados e o Governo comprometeu-se a debater o tema com os presidentes do Banco Santander Totta (BST) e do Millennium bcp.

A pedido da UGT, o Mais Sindicato, o SBC e o SBN reuniram-se hoje, 3 de setembro, com o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e com o secretário do Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita.

Os Sindicatos dos Bancários da UGT expuseram aos governantes as suas preocupações com o que se está a passar na banca, face às contínuas pressões e ameaças sobre os trabalhadores, que culminaram com os processos de despedimento coletivo na BST e no BCP, que abrangem, respetivamente, 350 e 100 bancários.

Os ministros, em nome do Governo, prometeram agir, debatendo os despedimentos coletivos com os presidentes do BST e do BCP, respetivamente Pedro Castro e Almeida e Miguel Maya.

Muitas foram já as audiências mantidas pelos três Sindicatos desde setembro de 2020, quando a banca em Portugal deu início à dramática, intensa é injustificável ameaça de despedimento de milhares de trabalhadores.

Aproveitando a situação que o País e o mundo atravessam, a banca usou o pretexto da aceleração digital provocado pela pandemia e quis reduzir custos à custa dos trabalhadores. Centenas de bancários já saíram do setor, a maior parte sob a ameaça de despedimento coletivo.

Razões

Depois de tudo o que tem sido feito pelos Sindicatos da UGT para impedir os despedimentos coletivos, faltava ao MAIS, ao SBC e ao SBN apelarem ao Governo para que interviesse para parar esta situação dramática.

Os Sindicatos consideram que o Governo tem de intervir porque:
– A destruição de postos de trabalho na banca tem consequências graves para a Segurança Social e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois os bancários despedidos deixam de ter acesso ao SAMS, sobrecarregando o SNS;
– A banca tem sido ajudada pelo país ao longo dos anos, auxílio esse suportado pelos impostos dos portugueses;
– Na altura em que insensivelmente pretende deixar centenas de bancários sem recursos para se sustentarem e às suas famílias, a banca regista lucros;
– O País precisa de preservar empregos e apostar no trabalho digno, tal como está em discussão na Concertação Social.

MAIS, SBC e SBN estão convictos de que o Governo, tal como prometeu, vai cumprir a sua missão neste conflito.

Próximos passos

Entretanto, os Sindicatos da UGT não vão baixar os braços.

Está já agendada para 15 de setembro, a pedido da UGT, a realização de uma cimeira com a UGT espanhola e os delegados sindicais no Banco Santander em Espanha.

Os três Sindicatos da UGT aguardam ainda a tomada de posição internacional, que culminará com uma queixa à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu, assinada pelas organizações sindicais internacionais CES, CSI, UNI e grupo de trabalhadores do Comité Económico e Social Europeu (CESE).

Os Sindicatos tudo farão para defender os interesses dos trabalhadores.

Os sócios podem contar com o MAIS, o SBC e o SBN.

03.09.2021

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