Revisão ACT Setor Bancário para 2021

Proposta dos Bancos de 0% é inaceitável

O processo de revisão do ACT para 2021 foi oportunamente iniciado por estes Sindicatos (SNQTB, SBN e SIB) tendo apresentado uma proposta de atualização das tabelas e das cláusulas de expressão pecuniária.

A essa proposta, o GNIC – Grupo Negociador das Instituições de Crédito, que outorgam o ACT do setor bancário, apresentou no passado dia 1 de abril (note-se a ironia da data…) uma proposta de 0% de atualização.

Esta resposta do GNIC traduz-se num congelamento da tabela salarial, das pensões de reforma e sobrevivência, bem como das cláusulas de expressão pecuniária. E também das contribuições a cargo dos Bancos para os SAMS, condicionando deste modo o seu financiamento e, por essa via, os benefícios atribuídos aos bancários e suas famílias.

Desta proposta de congelamento salarial resulta o seguinte:

Os Bancos, uma vez mais, ignoram o esforço, dedicação e profissionalismo que os bancários no ativo demonstraram em todas as tarefas essenciais ao bom funcionamento da economia e manutenção da confiança dos clientes, bem como quanto aos novos desafios, como moratórias e apoio a clientes à distância.

Ignoram ainda as despesas acrescidas dos bancários com os filhos com aulas à distância (em casa) e com os meios que foi necessário adquirir para o efeito, bem como as despesas acrescidas que a maioria teve de suportar com o teletrabalho.

Esta proposta não promove a partilha de resultados com os trabalhadores, numa situação em que o setor financeiro foi um dos setores com um contributo positivo para o PIB em Portugal.

Mas estes Bancos também desprezam os reformados e pensionistas. Aqueles que contribuíram para que o setor seja o que é hoje e que dependem exclusivamente desta negociação para a justa atualização das pensões de reforma ou de sobrevivência.

Num contexto onde a inflação está a subir consideravelmente, nomeadamente nos bens alimentares, é inaceitável esta posição.

Relativamente às contribuições dos Bancos para o SAMS, a contraproposta de 0% volta a colocar pressão sobre a capacidade de resposta na doença, mas também nos apoios sociais, de uma população bancária envelhecida e, num contexto, sem o rejuvenescimento geracional que sempre foi a base deste sistema mutualista.

Esta resposta não considera o aumento da produtividade e os resultados globalmente positivos do setor bancário em 2020, para além de obstar à justa recuperação do poder de compra dos bancários, que, recorde-se, foi particularmente penalizada entre 2005 e 2015.

Ao empenho a 100% dos bancários, inclusive no período mais perigoso das nossas vidas, os Bancos responderam com 0%. Ao contrário do que é afirmado por Banqueiros e Direções de Recursos Humanos dos Bancos, afinal as pessoas não são o ativo mais importante dos Bancos.

O SNQTB, SBN e SIB rejeitam esta proposta, que não respeita o seu brio profissional, dedicação e sacrifício dos bancários em prol dos bancos e dos clientes.

As negociações diretas vão continuar. Contamos com todos para demonstrar a força e firmeza dos bancários e destes Sindicatos. Da evolução deste processo negocial daremos a devida informação aos nossos associados.

 

 

ComunicadoConjunto05_2021

06/05/2021